martes, 13 de noviembre de 2018

TSQ-IV: ALAUANDA DE VASCONCELOS

ALAUANDA DE VASCONCELOS FERNANDES

A RAINHA DAS NEVES, DE HANS CHRISTIAN ANDERSEN: A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO FANTÁSTICO NAS AVENTURAS ...




INTRODUÇÃO

A obra a ser analisada neste presente trabalho é A Rainha das Neves (1844), bastante lida nos países europeus, mas pouco conhecida no Brasil. Atualmente, foi adaptada para o cinema na animação Frozen: Uma aventura congelante (2013) e no drama O Caçador e a Rainha do Gelo (2016). A edição escolhida para estudo foi lançada pela editora Tessitura. A tradução aqui utilizada foi feita pelo escritor e tradutor Per Johns diretamente da língua dinamarquesa. Como há diversas traduções e adaptações das obras de Andersen, optamos por trabalhar com uma versão que se comprometesse com uma tradução próxima ao original. 

O conto A Rainha das Neves é dividido em sete partes, nomeadas como histórias: ... “Príncipe e Princesa”, ...

Assim, em cada parte do conto em foco, percebemos a introdução de novos perigos, personagens com ... grande inteligência, como ... a princesa que sabe tudo sobre o mundo por meio de leituras de todos os jornais, os quais tratava de esquecer após algum tempo, e espacialidades diferentes para cada história: ... castelos, ...

Por meio de sua organização textual, percebemos que podemos definir a narrativa de Andersen A Rainha das Neves como um conto de fadas que se estrutura como novela literária, pois é dividida em histórias que se compõem como uma sequência de aventuras ... 



1.3 – O ESPAÇO CRONOTÓPICO NA OBRA 

No conto, cada história acontece em um espaço e estação da natureza diferente. Por meio de cada um deles, ... tem seus encontros com outros personagens que ... ajudam a atingir seu desejo.

Tendo em vista essa questão, Antonio Dimas expõe que o espaço é essencial para o desenvolvimento e o desenrolar da narrativa, como vemos a seguir: 

[e]ntre várias armadilhas virtuais de um texto, o espaço pode alcançar o estatuto tão importante quanto os outros componentes da narrativa, tais como foco narrativo, personagem, tempo, estrutura, etc. É bem verdade que, reconheçamos logo, em certas narrações esse componente pode estar severamente diluído e, por esse motivo, sua importância torna-se secundária. [...] Uma terceira hipótese ainda, esta bem fascinante!, é a de ir-se descobrindo-lhe a funcionabilidade e a organicidade gradativamente, uma vez que o escritor soube dissimulálo tão bem a ponto de harmonizar-se com os demais elementos narrativos [...]. (DIMAS, 1987, p.5-6) [grifos do autor] 


 Já ... conhece um palácio, um castelo de ladrões ... Todos os espaços citados, sejam eles de aprisionamento ou de novas descobertas, contribuem para constituir a subjetividade ... , tornando o texto mais fascinante a cada contato com personagens ou espacialidades diferentes.

Outro ponto a ser estudado no conto de fadas a respeito da espacialidade, é a presença da cronotopia, conceito cunhado pelo filósofo Mikhail Bakhtin. O autor cita esse termo pela primeira vez no ensaio Formas de tempo e de cronotopo no romance (1937)1 e em sua obra A imaginação dialógica (1981), nos quais ele ressalta que a cronotopia se refere às ligações e à indissolubilidade entre espaço e tempo. Baseado nas teorias da relatividade de Einstein, o teórico russo relaciona o termo com as peripécias do Homo sapiens pelo mundo e é por meio do espaço que os índices temporais são observados. Segundo Marília Amorim (2006, p.102), a palavra cronotopo “traz no nome um maior equilíbrio entre as dimensões de espaço e de tempo. [...] O cronotopo na literatura é uma categoria da forma e do conteúdo que realiza a fusão dos índices espaciais e temporais em um todo inteligível e concreto”. Assim, no texto literário foco desta dissertação, destacamos as características da passagem ... pelo castelo da princesa, ... espaços nos quais notamos a presença da cronotopia nas ações ...


Percebemos que em cada narrativa, ...  terá vários encontros pelo caminho. ... A princesa fornece ... vestimentas e uma condução para continuar a viagem;

A próxima jornada ... ocorre no capítulo intitulado “Príncipe e Princesa”. ...
mas que no castelo vive uma princesa muito sábia, a qual buscava um noivo com tanto conhecimento quanto o seu. 

O castelo, conforme enuncia Bakhtin (1998, p. 351-352), pode ser também considerado um cronotopo, uma vez que seu espaço é marcado pelos séculos dos mobiliários, das armas, dos retratos de ancestrais e nas relações entre as sucessões dinásticas, além das gerações que ali viveram. A princesa desse lugar mostra seu poder por intermédio de sua sabedoria, a qual levou anos para ser adquirida por meio de leituras dos jornais do mundo inteiro, mas seu profundo conhecimento estava em sua capacidade de lê-los e esquecê-los depois. Novamente é o paradoxo que norteia os sentidos construídos na narrativa. Ler os jornais e depois esquecer denuncia a efemeridade das notícias publicadas. Os conhecimentos que não se apagam são aqueles inerentes à condição humana. Percebemos que, assim como o castelo, que é transcrito como uma cronotopia, devido sua temporalidade e seu acúmulo de objetos, o jornal também possui a diversidade de objetos e tempos, contudo essa diversidade é evanescente. 

... que  um dia a princesa decidiu se casar e o jovem príncipe seria escolhido entre aqueles que fossem capazes de se articular de maneira clara e se sentissem em casa na nova morada real. Contudo, não foi fácil encontrar alguém, dado que 

[o]s pretendentes surgiam aos borbotões, havia muita correria e ânsia para se apresentar, mas não deu em nada, nem no primeiro nem no segundo dia. Todos sabiam se expressar muito bem quando estavam na rua, mas assim que atravessavam os portões do castelo e viam a guarda com seus uniformes prateados, nas escadarias os criados vestidos de ouro e as grandes salas iluminadas, assombravam-se. (ANDERSEN, 2013, p. 14)

Como descrito, temos aqui a relação de topofobia, quando os pretendentes entravam no castelo e visualizavam a grandeza do espaço em que a princesa vivia, já que eles não eram capazes de conversar com a princesa de forma natural. Era impossível para os homens tentarem conquistá-la, pois a riqueza do lugar, a maneira como os soldados de prata e os criados de ouro se comportavam, amedrontava-os. No terceiro dia, um rapaz modesto e sábio apareceu no reino a fim de colher um pouco da inteligência da princesa. Esse homem não sentiu aversão ao lugar que a princesa mora, mas sim, uma sensação de topofilia. Impressionada com a postura do rapaz e sua habilidade em se comunicar, a princesa se casa com ele.

 ... a sua namorada, a qual trabalha no lugar. Quebrando as regras, a corva caseira leva-a ao encontro do príncipe e da princesa. É interessante observar a presença de animais no conto, que agem como seres humanos, no caso, ambos os corvos trabalham para o reino.

Dentro do castelo, ... observa sombras de cavalos e cavaleiros se movendo na parede. ... explica que são os sonhos das pessoas nobres que ali habitam. ... conta que nesses momentos de suspensão, eles saíam por uma caçada. Qualquer pessoa, assim, poderia contemplar suas faces durante o sono. Como as personagens desse espaço são de uma classe social abastada, os seus sonhos são despreocupados e felizes.

De acordo com Sigmund Freud (1976, p.62): “Nos sonhos está a verdade: nos sonhos aprendemos a conhecer-nos tal como somos, a despeito de todos os disfarces que usamos perante o mundo, sejam eles enobrecedores ou humilhantes”. ... assim, questiona que, si um dia ... alcançasse uma posição social melhor, se ela permaneceria tão generosa e boa como era. Todavia, essa indagação fica sem resposta. É um questionamento rico em complexidade, colocando em reflexão o maniqueísmo e a linearidade das personagens nos contos de fadas.

Ao encontrar o príncipe e a princesa, ... Eles a acalmam e permitem que ela descanse na cama de lírio vermelho. ... O sonho ... diferente dos da realeza, revela o desejo íntimo de seu coração. Ceserani (1996, p.73) afirma ser comum em narrativas fantásticas a passagem da dimensão da realidade para a do sonho, lugar do insólito.

Além disso, esse cronotopo do encontro faz com que ...  chegue à conclusão de que todos os seres, independentemente de ser humano ou animal, todos são muito bons (para ela). A generosidade das pessoas ao compreenderem a grandeza de sua busca, ajuda-a a ter coragem de enfrentar os desafios do caminho o qual ela deve percorrer. 

Quanto ao espaço do castelo, as salas eram enfeitadas com flores e tudo que se via “maravilhava o olhar” (ANDERSEN, 2013, p.17). A câmara onde dormiam a princesa e o príncipe era mais majestosa ainda e suas camas eram como dois lírios. A da princesa era branca e a do príncipe, vermelha. Mais uma vez a cor vermelha da coragem e das flores que remetem à sua casa estão presentes na narrativa. Tanto o espaço da bruxa, quanto a do castelo da princesa possuem objetos análogos ... ao suo destino. 

Um tempo se passa até ... deixar o castelo. Essa passagem é marcada pelo casamento do corvo da mata e da corva caseira, os quais começam a trabalhar para os nobres para um dia possuir uma aposentadoria. Como seres dotados de características humanas, suas preocupações também são iguais aos dos seres racionais. Os animais, nesse contexto, pertencem à classe proletária, enquanto, o príncipe e a princesa representam a riqueza. Ainda que haja uma oposição entre os grupos, percebemos que as personagens não são, nesse caso do castelo, exploradas ou maltratadas por sua inferioridade. Há, na história, constante remissão à sociedade capitalista. Elementos metaempíricos e insólitos do cenário fantástico que se coadunam a elementos empíricos, sólidos, movendo possivelmente o olhar do leitor para a reflexão sobre o seu mundo. Nesse caso, a fantasia encontra-se a serviço da reflexão sobre o real. 

Outra morada real é ressaltada na narrativa e esta era a morada dos ladrões. Esse espaço intimidava ... , diversamente do castelo da princesa e do príncipe com seus guardas prateados e servos de ouro. As classes sociais diferentes entre uma e outra são claras nesse espaço, quando o confrontamos...

Foi quando a carruagem parou no pátio de um castelo de ladrões, um castelo rachado de alto a baixo, com corvos esvoaçando nas fendas abertas, enquanto enormes cães, que pareciam capazes de engolir uma pessoa inteira, davam saltos para cima, mas não latiam; era proibido. No chão de pedra de um grande e velho salão impregnado de fuligem queimava um fogaréu; [...] (ANDERSEN, 2013, p. 21) 

Observamos que esse castelo não apresentava suas esplendorosas marcas do tempo e gerações, mas, sim, eram marcados pela fuligem e animais que estão relacionados a eventos de morte, ... os corvos... se alimentam de restos de cadáveres. Já os cães são descritos como capazes de se alimentar de um ser humano. Todo o lugar coopera para que a sensação de que um assassinato prematuro possa ocorrer ... É produtivo pensar aqui como Andersen trabalha com realidades diversas em seus contos, não deixando de lado realidades adversas. Em seus outros contos, temas como a pobreza, a rejeição e o preconceito se fazem presentes. E, no caso da narrativa em análise, temos a oposição entre um castelo mágico e belo e um castelo real e horrendo, possibilitando ao leitor o contato com situações que podem fazer-lhe refletir sobre a condição humana. 

Além disso, notamos que esse encontro com a pequena ladra faz com que ... perca tudo material, além de não ter esperanças, levando a temer a morte.


1.4 – O MEDO DAS PERSONAGENS

Outra situação de medo ocorre após ... deixar o país dos príncipes. A carruagem de ouro, dada por seus amigos anteriores, percorre uma mata escura. Esse espaço aberto, permeado pela noite, chama a atenção de saqueadores que não resistem ao brilho da carruagem.

A carruagem viajava por uma mata escura, mas brilhava como um incêndio tão intenso que chegava a ferir com o seu clarão o olhar dos ladrões; era mais do que podiam resistir. - É ouro! É ouro! gritavam. Num instante se apresentaram e seguraram os cavalos pelas rédeas, matando os cavaleiros-batedores, o cocheiro e os criados, e puxando Gerda para fora. (ANDERSEN, 2013, p. 20)

 Ao se deparar com a preciosidade presente no transporte, o qual consegue iluminar o que era escuro, os ladrões não permanecem indiferentes à situação, eles ficam à espreita para ver o que passava. Isso ocorre, pois, de acordo com Chevalier e Gheerbrant (2009, p. 671), a cor dourada do ouro remete à luz, ao sol. Dessa forma, era impossível para eles desconsiderarem aquele clarão existente na mata. E, na condição de ladrões, o transporte feito de ouro chama a atenção por ser um objeto valioso, suscetível ao roubo. Além disso, o valor da carruagem é notado pelos ladrões por meio da visão e Tuan (2012, p.07) frisa que o olhar humano em uma floresta densa é o sentido mais importante. Ele ressalta que isso é percebido ao longo da história dos primatas, os olhos sempre foram maiores do que o nariz a fim de facilitar a visão, sendo o Homo sapiens um dos poucos seres capazes de notar as cores. Dessa forma, mesmo estando no meio da escuridão, os olhos treinados dos bandidos conseguem notar a passagem ... próximo à morada deles. 

Os ajudantes ... são mortos. Ela teria o mesmo futuro de seus amigos, contudo a pequena ladra intervém e pede à mãe para poupar a vida ... 

Já a pequena ladra não sabia se portar como uma menina de bons princípios éticos, pois foi mimada pela mãe, vivia em castelos abandonados em meio a florestas, juntamente com um bando de outras pessoas de má índole. Ela foi tão mimada a ponto de mandar em sua mãe. Dessa forma, percebemos que há uma inversão de valores na convivência entre a mãe e a pequena ladra, pois, normalmente, a mãe simboliza a autoridade, mas, nesse caso, a ladrazinha conseguia impor sua vontade e desejos. Observamos, assim, que há um confronto entre as classes sociais, no caso a família de ladrões, os quais fazem parte de uma área geográfica marginal. A pobreza desses personagens os conduz à malandragem e os leva a tirar de ... seus magníficos presentes dados pela princesa que encontrara no castelo anterior. Além disso, a ladra sabia como agir de maneira experiente durante assaltos, além de manipular uma faca para ameaçar seus prisioneiros.



2. O PERCURSO

Muito interessante notar que Andersen contraria o esquema dos contos de fadas tradicionais, na medida em que, em geral, é um personagem masculino que se investe do papel de herói-buscador, o qual parte em busca da salvação de um personagem feminino, frágil. Esse esquema tradicional reforça o imaginário ocidental popular do homem como ser ativo e da mulher como ser passivo (sexo frágil), à espera de sua salvação a ser realizada pelo sexo dominante. A esse respeito Martins relata: 

[e]nquanto as personagens masculinas são frequentemente apresentadas como espertas, corajosas, ativas e engenhosas, partindo do lar rumo a grandes aventuras, tais como matar gigantes, decifrar enigmas, encontrar tesouros escondidos, salvar princesas indefesas, é notório que, em se tratando da representação da figura feminina, não há meio termo nos contos de fadas tradicionais. A caracterização das heroínas e das vilãs se faz de forma que elas surjam em geral em pólos diametralmente opostos: as primeiras são figuras quase sempre domésticas, trabalhadeiras, resignadas e altruístas. Caso se atrevam a sair do ambiente doméstico, perdem-se na floresta. Quem as livra dos perigos são príncipes encantados, fadas madrinhas, lenhadores gentis. Na outra categoria encontramos as bruxas, as madrastas malvadas e as feiticeiras, que são, na maioria das vezes, as grandes responsáveis pelo sofrimento das heroínas. São figuras ativas, dinâmicas e arrojadas, buscando resolver seus próprios problemas. Atuam, reagem, assumem papéis ativos nas histórias, aos quais é atribuído um valor extremamente negativo, o que revela bem o caráter misógino desse discurso que tende a apresentar criatividade, ação e poder como traços indesejáveis nas mulheres. Assim concebidas, heroínas e vilãs parecem representar respectivamente a própria personificação do bem e do mal, numa batalha violenta, que desemboca no tradicional final feliz, no qual presume-se a destruição ou superação completa dos elementos antagônicos, negativos. (MARTINS, 2005, p.16 apud OLIVEIRA, 2013, p.04)

Andersen, dessa forma, contraria o esquema dos contos ao inverter os papéis, quebrando com os parâmetros da época e diferindo da tradição. Há, assim, uma dada dispersão em relação a uma regularidade, deslocando de certa forma a realização da função em questão. ... Duarte (1995, p.67) esclarece que, na obra do dinamarquês, o trabalho com as mulheres predomina: “os tipos de mulher maternal e ativa, de vontade forte, constituindo um grupo rico, variado e importante, com preferência entre as belas.”. Em contrapartida, Martins (2005) ressalta que Ruth B. Bottigheimer fez um estudo a partir dos escritos dos irmãos alemães, os quais eram contemporâneos de Andersen, e percebeu que, por exemplo, em “Cinderela”, a personagem não possui nenhum discurso direto, apenas o príncipe. Assim, nos contos tradicionais, a mulher é representada como um ser passivo, muitas vezes sem voz.

Já a princesa de A Rainha das Neves é descrita como uma mulher fora dos padrões da época. Inicialmente, ela reina sozinha, tem aversão ao casamento e lê bastante para se manter inteligente e informada. Com o tempo, sente-se sozinha e decide encontrar um marido, o qual ela escolhe. A jovem não deseja um príncipe, mas sim um homem com a mesma genialidade, capaz de conversar com ela sem ter medo do seu status real. 

Segundo Propp (2001, p.26), é preciso mostrar ao herói um objeto mágico e propor-lhe uma troca. No caso, a ladrazinha decide que nossa aventureira poderia ficar com as botas que ganhara da Princesa e do Príncipe, mas as munhequeiras seriam dela. Em troca, ela poderia ficar com as luvas da velha, as quais eram grandes e a protegeriam do frio. Apesar de nenhum dos itens possuírem um poder sobrenatural, eles eram capazes de mantê-la viva, superando os últimos obstáculos.

Entretanto, para alcançar o seu anseio, ela é submetida a uma prova ao longo de toda história: andar descalça. Ao ... chegar ao castelo do Príncipe e da Princesa é proibida de entrar por estar sem sapatos, o corvo a ajuda e os reis dão a ela botas para enfrentar o inverno, as quais são roubadas pela pequena ladra.

Ao sair do castelo da Rainha das Neves, após salvar seu amigo, vemos que a estação, mais uma vez, havia passado e a primavera estava começando, momento em que ...  retorna para a casa pelos mesmos locais em que ela passou anteriormente: ... ,  em seguida, ela cruza com a ladrazinha que conta que havia se cansado de ficar em casa e decidira viajar. Relata, além disso, que a princesa e o príncipe estavam viajando por outros países...

Observe que mais uma vez o cronotopo se faz presente em uma profunda metamorfose nas personagens que anteriormente haviam ajudado ... . O tempo havia transcorrido e os espaços encontrados no início da narrativa já não eram suficientes para eles, era preciso percorrer novos lugares e conquistar o vasto mundo para sofrer novas modificações.

Em relação ao espaço, verificamos que as mudanças de estações e a vivência dos lugares pelos quais ela passou, permitiu que ela tivesse importantes encontros, os quais atuaram na movente e constante construção de sua subjetividade. Em alguns desses espaços, ... se sente acolhida, como no castelo do príncipe e da princesa, ...

Outro ponto importante da obra de Andersen é o seu trabalho com temas poucos usuais ao seu tempo. O autor, devido a suas dificuldades enquanto criança, retrata o povo humilde e ambientes humildes, por meio de uma linguagem simples, comunicativa e sem ornamentações. Essas características estão presentes por toda a obra A Rainha das Neves, na qual temos ... outras (personagens) vivem o luxo e a riqueza, como o príncipe e a princesa. Contudo, mesmo diante das diferenças sociais, grande parte das personagens aparece como seres bons e preocupados em ajudar ... a cumprir sua tarefa. 


No hay comentarios:

Publicar un comentario